Texto
01: Fazendo e divulgando ciência:
Existe
retroalimentação na espiral da cultura científica (na divulgação
científica)? Como?
Fazendo e divulgando ciência
Elson
Rezende de Mello
parte
da Resenha
publicada na Revista
de Ciências Humanas,
vol. 11, nº 1, janeiro-junho de 2011
http://www.elsonrezende.com.br/artextos.php?id=63
|
A ciência adquiriu imprescindível centralidade e
peso na modernidade, e saber lidar com ela, acompanhar sua trajetória
e contribuições é desafio constante. A constituição de uma
cultura científica passa, de alguma maneira, pelos meios de
comunicação e cultura e outras formas de divulgação científica,
que contribuem, ou devem contribuir, para a popularização do
conhecimento científico e tecnológico, com suas implicações
estratégicas para o desenvolvimento nacional e melhoria da qualidade
de vida dos cidadãos. E essa relação entre a ciência e sua
divulgação é o objeto do livro Diálogos entre ciência
e divulgação científica: leituras contemporâneas, que,
organizado por Cristiane de Magalhães Porto, Antonio Marcos Pereira
Brotas e Simone Terezinha Bortoliero, vem da Bahia, mais precisamente
da Edufba, a Editora da Universidade Federal da Bahia. A obra
apresenta 11 artigos de autores que se debruçam sobre as
especificidades dessa relação. Traz também prefácio importante de
Carlos Vogt, ex-reitor da Unicamp, poeta e homem da área de estudos
da ciência e da divulgação científica.
Discutir ciência e sua divulgação, nos dias atuais, não é
ocioso, é necessidade até de cidadania. É imperativo que a ciência
se divulgue, como forma igualmente de uma prestação de contas à
sociedade. Assim, se faz pertinente e interessante a observação que
Carlos Vogt faz no prefácio, alçada à epígrafe da edição
desta Revista de Ciências Humanas, sobre o
conhecimento científico ser tratado e vivenciado como o
futebol, ou seja, que ele esteja no dia a dia das pessoas, com
entendimentos diferenciados.
A
cobertura midiática e jornalística, contudo, nem sempre tem
acompanhado os imperativos do momento, de tirar a ciência de certa
redoma, de desvanecer certo mistério que a cerca, de propiciar um
acompanhamento mais concreto e abrangente, de desmascarar jogos de
interesses pessoais e políticos em torno de projetos e políticas
científicas, de buscar incentivar a participação do público nos
debates de políticas científicas e de inserir o cidadão numa
cultura científica que só tem crescido nos últimos tempos. O que
se vê no Brasil é, no mais das vezes, uma cobertura burocrática da
ciência, que se centra na divulgação de resultados de uma pesquisa
ou de um evento científico. E isso pode ser observado
inclusive em órgãos de universidades, portanto, de
instituições científicas. Muitas vezes em instituições que têm
estrutura comunicativa considerável, com jornais, revistas,
televisão, rádio e internet.
Vê-se
uma postura de divulgação de produtos e eventos de pesquisa como
marketing, como propaganda, sem nenhuma preocupação de fato com a
ciência como parte de uma cultura mais abrangente, que tenha que ver
com seus usuários. Nesse enfoque, a ciência não deixa de ser algo
distante, complexo, entendível só por especialistas, e que a
divulgação só a mastiga com termos que seriam de compreensão mais
geral, macaqueando sua cara externa, mas sempre mantendo a sua aura
distante e misteriosa, longe, muito longe, de discutir os jogos de
interesses e poder que a permeiam.
É
como aponta no livro ora em causa Antonio Marcos Pereira Brotas, numa
perspectiva crítica que também se apoia em outro autor da mesma
obra, Wilson Costa Bueno, de não se associar “o jornalismo
científico à mera exaltação do progresso científico e
tecnológico, por defender que esta associação elimina a capacidade
de crítica do jornalismo, simplifica-o e converte os jornalistas em
meros divulgadores de uma ciência e tecnologia como salvadoras da
humanidade.” Contudo, essa aproximação acrítica e de
exaltação, centrada só na divulgação dos resultados positivos é
a praxe. As versões, os conflitos e o contraditório são excluídos
da cobertura jornalística da ciência.
Carlos
Vogt, em seu nada burocrático prefácio “De ciências, divulgação,
futebol e bem-estar cultural”, dá ênfase à cultura científica e
apresenta seu conceito da espiral da cultura científica, referida
também em pelo menos dois dos artigos no livro. Reproduzimos a
espiral, conceito sintético formulado, explica o autor, como
forma de entender a aquisição da cultura científica com origem na
produção e difusão de ciências entre cientistas.
Nesta
espiral, dividida em quadrantes, a divulgação científica está na
ponta, mas há uma alimentação contínua entre as partes. Detalhe a
observar é que os periódicos técnico-científicos e acadêmicos e
outras formas de difusão aparentadas estão no primeiro quadrante,
na parte da produção e difusão de ciência, porque há diferenças
entre a difusão e a divulgação científica, esta como parte
daquela.
Texto
02: Democratização da ciência – Reflexões sobre a cultura
científica
Texto
publicado originalmente na Revista Vox Scientiae em janeiro de 2009.
a)
A ideia de levar em conta a "percepção pública da ciência"
busca quebrar qual oposição na concepção da relação
público/ciência?
b)
O que caracteriza o mito do cientista?
c)
O autor do texto afirma:
"O
problema vai muito além do âmbito deste ensaio, refere-se
essencialmente à possibilidade de democratizar as escolhas
científicas e tecnológicas que, devemos admitir, passam por cima
dos atuais procedimentos democráticos. Ao destacar essa questão
essencialmente política, Lévy-Leblond ultrapassa o âmbito da
“percepção pública da ciência”, pois o problema não está
apenas em compartilhar o conhecimento, mas, em primeiro lugar, em
compartilhar o poder".
Imagine/procure
três exemplos de assuntos sobre os quais "se passa dos atuais
procedimentos democráticos" e sobre os quais se poderia/deveria
ter "controle público".
d)
Por que não há hoje uma "cultura científica"?
Democratização da ciência – Reflexões sobre a cultura
científica
Texto
publicado originalmente na Revista Vox Scientiae em janeiro de 2009.
http://correiociencia.wordpress.com/2009/05/26/democratizacao-da-ciencia-%E2%80%93-reflexoes-sobre-a-cultura-cientifica/
Nos
últimos anos, a importância concedida à alfabetização científica
de todas as pessoas tem sido ressaltada num grande número de
trabalhos de investigação, publicações, congressos e encontros
sobre Educação e Ciência. Desse modo, a crescente importância
atribuída à educação científica exige um estudo atento sobre
como conseguir tal objetivo, e ainda, quais os obstáculos que se
opõe à sua execução.
É
indiscutível que a Ciência permeia todas as nossas atividades
diárias, então, nada mais necessário do que conhecê-la, porque
também somos responsáveis pelo uso, e dela não podemos nos omitir.
No entanto, ao discutir algumas questões relacionadas à
democratização da ciência é necessário considerar alguns
aspectos referentes a percepção pública da ciência. Sobre este
assunto, Jean Marc Lévy-Leblond1 comenta que com frequência, agimos
como se o problema estivesse meramente relacionado à compreensão do
conhecimento. Em outras palavras, queremos acreditar que, se o
público não aprova ou não apoia o desenvolvimento da ciência,
como ocorria no passado, isso se deve ao fato de que não a
compreende. Em uma palestra proferida em 2006 o autor supracitado
acrescenta que quando usamos a expressão “percepção pública da
ciência”, dividimos automaticamente a humanidade em público leigo
“ignorante”, de uma lado, e “nós”, os sábios cientistas de
outro.
Em
sua obra Filosofia da Ciência – introdução ao jogo e suas
regras, Rubem Alves argumenta que o cientista virou um mito.
Entretanto, todo mito é perigoso porque induz o comportamento e
inibe o pensamento. Existe uma classe especializada em pensar de
maneira correta [os cientistas], os outros indivíduos são liberados
da obrigação de pensar e podem simplesmente fazer o que os
cientistas mandam. Rubem Alves comenta que, antes de mais nada, é
necessário acabar com o mito de que o cientista é uma pessoa que
pensa melhor do que as outras. Sobre esse aspecto, Lévy-Leblond
argumenta que uma das principais características do nosso tempo é
justamente o fato de que essa dicotomia deixou de existir. Os
cientistas não são diferentes do público em geral, salvo no campo
bem delimitado de sua especialização. Diante de problemas como os
riscos que as usinas nucleares acarretam, ou os perigos da
radioatividade, por exemplo, um biólogo pode estar na mesma posição
de um leigo, assim como um astrofísico pode não ter muito a dizer
sobre questões referentes à fisiologia vegetal.
O
problema vai muito além do âmbito deste ensaio, refere-se
essencialmente à possibilidade de democratizar as escolhas
científicas e tecnológicas que, devemos admitir, passam por cima
dos atuais procedimentos democráticos. Ao destacar essa questão
essencialmente política, Lévy-Leblond ultrapassa o âmbito da
“percepção pública da ciência”, pois o problema não está
apenas em compartilhar o conhecimento, mas, em primeiro lugar, em
compartilhar o poder.
Paul
Feyerabend, em Contra o Método, sugere que em uma sociedade
democrática, instituições, programas de pesquisa e sugestões têm,
portanto, de estar sujeitos ao controle público. Mas para que isso
ocorra é preciso que haja uma separação entre Estado e ciência da
mesma forma que há uma separação entre Estado e instituições
religiosas.
Para
tornar efetiva uma democratização da ciência é preciso que se
tenha uma sociedade educada, no entanto, como já foi dito, isso não
depende apenas de informar o cidadão sobre o que acontece na
ciência. A esse respeito, Lévy-Leblond destaca que com certeza os
cidadãos gostariam de entender as manipulações genéticas ou a
energia nuclear, contudo, teriam mais condições de fazer alguma
coisa a esse respeito se pudessem escolher os rumos da pesquisa e
exercer seu poder de decisão sobre o desenvolvimento da ciência e
da tecnologia.
Nenhuma
das ideias que subjazem a argumentação é nova. De fato, em um
sentido mais profundo, nem sequer compreendemos a nossa própria
ciência. Está mais do que na hora de nós, os cientistas,
admitirmos que nosso conhecimento é na realidade muito limitado. Não
só dominamos uma parcela muito limitada do seu conteúdo, como
também não temos absolutamente nenhum conhecimento do contexto
social em que ele se produz. Paul Feyerabend também levanta a
questão de ciência versus democracia: Ora, se a ciência não é
mais uma unidade, se partes diferentes dela procedem de maneiras
radicalmente diferentes e se as conexões entre essas maneiras são
ligadas a episódios particulares da pesquisa, então os projetos
científicos têm de ser considerados individualmente. Isso é o que
as agências governamentais começaram a fazer há algum tempo, ou
seja, não mais financiam “a ciência”, financiam projetos
particulares. Em outras palavras, mas dentro do mesmo contexto,
Lévy-Leblond acrescenta que hoje não mais existe uma “cultura
científica”. O problema é muito mais grave do que o acarretado
por uma simples busca de meios mais eficientes para a difusão de uma
cultura científica e que precisa apenas ser transmitida ao público
leigo. O problema está na inserção da ciência na cultura, e isso
requer uma profunda mudança no próprio modo de fazer ciência.
O
problema da alfabetização científica deve ser pensado dentro da
problemática geral da Educação. Há muito tempo, a educação
deixou de ser entendida como instrumento indispensável na formação
do cidadão e vem sendo praticada como mero treinamento. A ciência
deve ser inserida na vida das pessoas por intermédio das escolas e,
principalmente, ser ensinada como uma concepção entre muitas e não
como o único caminho para a verdade e a realidade, e que os
resultados da ciência repercutem em todos os âmbitos da existência,
pois estão associados à produção de tecnologia. Tal ciência é
uma das invenções mais maravilhosas da mente humana. Mas não
podemos apoiar ideologias que usam o nome da ciência para o
assassínio cultural.
1Jean
Marc Lévy-Leblond é professor emérito da Universidade de Nice
desde 2002. Atua nos domínios da educação científica, história,
política e filosofia da ciência.
2Palestra proferida no IX Congresso de Comunicação Pública da Ciência e da Tecnologia (PCST), organizada pela PCST International Network em Seul, em maio de 2006.
2Palestra proferida no IX Congresso de Comunicação Pública da Ciência e da Tecnologia (PCST), organizada pela PCST International Network em Seul, em maio de 2006.
Texto 03: Sem divulgação não há participação - Congresso Cidadania e Políticas Públicas em Ciência e Tecnologia
a)
Cidadãos vem se interessando pelos impactos causados pela ciência e
tecnologia. Cite eventos que levaram o público a se manifestar em
assuntos ligados ao CTS.
b)
A competência para definir os rumos da ciência e tecnologia estão
nas mãos de cientistas e tecnólogos. Qual a crítica que o texto
faz a esta afirmação e como se pode levar o cidadão a participar
de assuntos CTS.
Sem divulgação não há participação - Congresso Cidadania e Políticas Públicas em Ciência e Tecnologia
Cientistas
e gestores cada vez mais se dão conta da importância da sociedade
nas tomadas de decisão sobre ciência e tecnologia, o que representa
um ganho significativo para o funcionamento da democracia. E o
Brasil, em especial o Estado de São Paulo, tem concedido importantes
contribuições com trabalhos de percepção e de participação
pública da ciência e da tecnologia desde o início desta década.
A
contextualização desses trabalhos em um cenário mais amplo, em que
o estado se insere em pesquisas com outros países ibero-americanos,
foi o fio condutor da sessão de encerramento do congresso Cidadania
e Políticas Públicas em Ciência e Tecnologia, em Madri, Espanha,
coordenada na sexta-feira (8/2) por Carlos Vogt, secretário de
Ensino Superior do Estado de São Paulo.
O
evento, que reuniu especialistas de diversos países, foi promovido
pela Fundação Espanhola para Ciência e Tecnologia (Fecyt) e pela
Organização dos Estados Iberoamericanos (OEI).
Em
sua conferência, Vogt destacou que a falta de interesse do público
pela ciência ou a falta de confiança na ciência e na tecnologia,
ou nos cientistas, estão inseridas em um contexto mais amplo, “que
envolve outras variáveis além do ensino formal e do ambiente, como
a cultura geral do indivíduo e os estímulos que recebe, por
exemplo, pelos meios de comunicação”.
“Hoje,
a percepção pública da ciência é entendida por muitos como algo
integrante de um sistema cultural, que denomino de cultura
científica”, afirmou. Segundo ele, iniciativas como a divulgação
científica e a capacitação de cientistas e de jornalistas para tal
atividade são importantes para se consolidar a cultura científica
de um país.
A
importância de atividades de divulgação científica foi bastante
enfatizada durante todo o congresso, que contou com trabalhos sobre
percepção pública da ciência, comunicação de ciência,
comunicação de risco, divulgação e educação, política
científica e tecnológica, entre outros temas. Uma parte
significativa foi apresentada por pesquisadores brasileiros: foram
concedidas 30 bolsas para os congressistas, de 130 pedidos, das quais
13 para o Brasil.
A
importância da preocupação com a divulgação científica foi
ressaltada nos dados apresentados por Carmelo Polino, pesquisador da
Rede Iberoamericana de Ciência e Tecnologia (Ricyt), da Argentina.
Segundo Polino, em pesquisa realizada recentemente em sete grandes
cidades do Brasil, Colômbia, Argentina, Venezuela, Espanha, Panamá
e Chile, com apoio da Ricyt, OEI, FAPESP e Fecyt, na cidade de São
Paulo, 35% dos entrevistados revelaram não compreender os textos de
conteúdo científico (em uma amostra de 1.076 habitantes). Os
resultados da pesquisa serão publicados no Brasil em breve.
Apesar
da dificuldade de compreender as matérias científicas, ciência
interessa mais aos brasileiros (41% declaram ter muito interesse) do
que política (20%) e moda (28%), e quase o mesmo tanto que esportes
(47%), segundo dados da última pesquisa nacional de percepção
pública da ciência, realizada pelo Ministério de Ciência e
Tecnologia (MCT) em 2006.
Percepção
pública
As
pesquisas de percepção pública datam da década de 1970 nos países
desenvolvidos. Os ibero-americanos iniciaram trabalhos na área bem
depois. No Brasil, a primeira pesquisa nacional de percepção
pública da ciência data de 1987 e, posteriormente, foram realizadas
mais duas: em 1992 e, mais recentemente, em 2006.
Em
São Paulo, os trabalhos de percepção pública da ciência tiveram
início em 2003, em uma pesquisa pioneira e internacional, conduzida
pela Ricyt, OEI e FAPESP. Os dados deram base para um trabalho
contido nos Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São
Paulo – 2004, publicado pela FAPESP.
Os
trabalhos de percepção social da ciência são, em geral,
realizados por meio de uma amostra da população consultada em
pesquisas com questionários (surveys). “Ainda que existam dúvidas
sobre a interpretação dos dados encontrados e que a metodologia de
coleta dos dados e preparação do questionário esteja se
consolidando, os resultados de um survey sobre percepção pública
da ciência são um valioso insumo para a formulação de políticas
públicas para ciência e tecnologia”, disse Vogt.
Atualmente,
os especialistas discutem a necessidade de se formular instrumentos
de análise adequados e, mais do que isso, metodologicamente
integrados para permitir uma análise mais profunda, que inclua
comparações em nível nacional e internacional, conforme destacou
Vogt na conferência de encerramento.
Por
Sabine Righetti, de Madri, Espanha
Agência
FAPESP
Participação
pública em Ciência e Tecnologia:
influenciar
nas decisões e, sobretudo, manter a sociedade informada e engajada
A
democracia participativa vai além da democracia representativa. Os
cidadãos precisam se capacitar e mecanismos devem ser criados para a
efetiva participação pública na tomada de decisão dos mais
diversos assuntos. Como prover os cidadãos de conhecimento para a
participação e tomada de decisão em assuntos relacionados a
ciência?
1.
Como você percebe a participação púbica em ciência e tecnologia
com o avanço da internet e mídias sócias?
2.
Você já participou de algum evento? Qual?
3.
O Brasil apresenta mecanismos de participação pública. Quais você
conhece?
4.
Como desenvolver nos nossos alunos e professores o interesse pela
divulgação científica e participação nos mecanismos de decisão
sobre C&T?
MCT
– ministério da ciência e tecnologia
1.
Você
acha efetivo a atuação do Conselho
Nacional de Ciência e Tecnologia – CNCT?
http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/78716.html
Comissão III – Fortalecimento da Pesquisa
e da Infra-estrutura Científica e Tecnológica
|
|
José Elito Carvalho Siqueira |
Ministro GSI Presidência da República |
Gen Div Aderico Visconte Pardi Mattioli |
Ministério da Defesa |
Cel Alvaro Koji Imai |
Ministério da Defesa |
Eduardo Moacyr Krieger |
Diretor da Unidade de Hipertensão do InCor |
Sérgio Danilo Junho Pena |
Professor do Instituto de Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Minas Gerais |
Luiz Davidovich |
Professor do Instituto de Física, Universidade Federal do Rio
de Janeiro- UFRJ |
Márcia Cristina Bernardes Barbosa |
Diretora do Instituto de Física da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul |
Luciano Rodrigues Maia Pinto |
Ministério do Planejamento |
Carlos Edilson Maneschy |
Presidente da Comissão de C&T da ANDIFES |
Helena Bonciani Nader |
Presidente da SBPC |
Jailson Correia |
Ministério da Saúde |
Carlos Afonso Nobre |
Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e
Desenvolvimento do MCTI |
--------------------------- |
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
- CNPq |
|
|
Fernando Rizzo |
CGEE |
Comissão V – C&T para o
Desenvolvimento Social e Divulgação da Ciência
|
|
Enio Candotti |
Vice- presidente da SBPC |
André Gomyde |
Presidente do Fórum Nacional de Secretários Municipais da
Área de C&T. |
Marcos Martinelli |
Vice Presidente do Fórum Nacional de Secretários Municipais
da Área de C&T. |
Oswaldo Baptista Duarte Filho |
Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do
MCTI |
Douglas Falcão Silva |
Diretor do Departamento de Popularização e Difusão da
Ciência e Tecnologia |
2.
A
lei do bem está a serviço de quem?
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13243.htm
Decreto nº 8.637, de 15.01.2016
|
Institui o Programa de Estímulo à
Competitividade da Cadeia Produtiva, ao Desenvolvimento e ao
Aprimoramento de Fornecedores do Setor de Petróleo e Gás
Natural.
|
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso
da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso
VI, alínea "a", da Constituição, DECRETA:
Art. 1º Fica instituído o Programa de Estímulo à
Competitividade da Cadeia Produtiva, ao Desenvolvimento e ao
Aprimoramento de Fornecedores do Setor de Petróleo e Gás Natural
– Pedefor, com os seguintes objetivos:
I - elevar a competitividade da cadeia produtiva de fornecedores
no País;
II - estimular a engenharia nacional; III - promover a inovação tecnológica em segmentos estratégicos; V - ampliar o nível de conteúdo local dos fornecedores já instalados; e VI - estimular a criação de empresas de base tecnológica.
Art. 2º A implementação do Programa ocorrerá por meio de:
I - incentivo aos fornecedores no País, a partir da valoração,
no âmbito da política de conteúdo local do setor de petróleo e
gás, de um percentual de conteúdo local superior ao efetivamente
existente para os bens, serviços e sistemas de caráter
estratégico, incluindo:
a) engenharia desenvolvida localmente;
b) desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; c) elevado potencial de geração de empregos qualificados; e d) promoção de exportações; e
II - bonificação, a partir da concessão de Unidades de Conteúdo
Local - UCL, a consórcios ou empresas que, no exercício das
atividades de exploração e produção de petróleo e gás
natural, promovam no País:
a) a celebração de contratos de compra de bens, serviços e
sistemas que tenham viabilizado a instalação de novos
fornecedores no País;
b) o investimento direto na expansão da capacidade produtiva de
fornecedores;
c) o investimento direto no processo de inovação tecnológica de
fornecedores;
d) a compra de bens e sistemas no País, com conteúdo local, para
atendimento a operações no exterior; e
e) a aquisição de lotes pioneiros de bens e sistemas
desenvolvidos no País.
§ 1º Para os efeitos deste Decreto, considera-se UCL o montante
equivalente de investimentos realizados, expresso em valor
monetário, que poderá ser utilizado por empresa ou por consórcio
na comprovação do atendimento aos compromissos de conteúdo
local junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis - ANP.
§ 2º Para fins de concessão de bonificação, em relação às
alíneas "c" e "e" do inciso II do caput, não
poderão ser qualificados investimentos, realizados por empresas
ou por consórcios, provenientes de recursos obrigatórios
previstos na cláusula de Pesquisa e Desenvolvimento dos contratos
de exploração e produção de petróleo e gás natural.
§ 3º Poderão ser definidos, no âmbito das competências do
Comitê Diretivo, de que trata o art. 3º, outros elementos e
formas para alcançar os objetivos do Programa.
§
4º Os incentivos e as bonificações de que tratam os incisos I e
II do caput
serão
considerados no cumprimento dos compromissos assumidos com
conteúdo local.
Art. 3º O Programa será coordenado por Comitê Diretivo, que
terá as seguintes competências:
I - definir os bens e os segmentos industriais a serem estimulados
por meio de bonificações ou por elevação do percentual de
conteúdo local efetivo;
II - definir as áreas tecnológicas a serem estimuladas;
III - definir os incrementos de conteúdo local a serem
considerados para cada bem ou segmento, por meio de incentivos a
fornecedores, nos termos do inciso I do caput do art. 2º;
IV - definir as bonificações a serem concedidas nos termos do
inciso II do caput do art. 2º;
V - definir os segmentos nos quais as bonificações não poderão
ser utilizadas para o cumprimento dos compromissos de conteúdo
local;
VI - definir limites para a utilização de bonificações na
compensação de obrigações contratuais de empresas ou
consórcios;
VII - apreciar os projetos encaminhados pelo Comitê
Técnico-Operativo e o seu enquadramento no Programa;
VIII - encaminhar à ANP, por meio de resoluções, as conclusões
sobre o enquadramento dos projetos no Programa;
IX - propor adequações nos índices de conteúdo local a serem
aplicados aos contratos de exploração e produção de petróleo
e gás natural;
X - solicitar análise de impacto das medidas adotadas;
XI - propor ao Conselho Nacional de Política Energética
diretrizes e aperfeiçoamentos às Políticas Governamentais
dirigidas à competitividade do setor de petróleo e gás natural
e de sua cadeia de suprimentos;
XII - propor diretrizes e aperfeiçoamentos às regras para
aplicação, pelas empresas de petróleo e gás natural, dos
recursos destinados à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação,
nos termos previstos nos contratos de concessão, cessão onerosa
e partilha de produção; e
XIII - aprovar seu regimento interno.
Art. 4º O Comitê Diretivo será composto por um representante
titular e um suplente, indicados pelos seguintes órgãos e
entidades:
I - Casa Civil da Presidência da República;
II - Ministério da Fazenda; III - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; IV - Ministério de Minas e Energia; V - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; VI - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP; VII - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES; e VIII - Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP.
Parágrafo único. A critério do Comitê Diretivo, poderão ser
convidados representantes de outros Ministérios, organizações,
empresas e entidades ligadas ao setor.
Art. 5º As decisões do
Comitê Diretivo serão públicas e emanadas por meio de
resoluções.
Art. 6º A coordenação do Comitê Diretivo será exercida de
forma rotativa entre os representantes dos Ministérios que o
compõem, pelo período de um ano.
Art. 7º A Secretaria-Executiva do Comitê Diretivo ficará a
cargo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior.
Art. 8º O regimento interno do Comitê Diretivo deverá ser
aprovado no prazo de até noventa dias, contado da data de
publicação deste Decreto.
Art. 9º O Programa será implementado por Comitê
Técnico-Operativo, que terá as seguintes competências:
I - executar as deliberações emitidas pelo Comitê Diretivo;
II - subsidiar tecnicamente os trabalhos do Comitê Diretivo;
III - subsidiar o Comitê Diretivo na proposição de diretrizes e
aperfeiçoamentos ao Programa;
IV - subsidiar o Comitê Diretivo na proposição de adequações
nos índices de conteúdo local dos contratos de exploração e
produção de petróleo e gás natural;
V - apreciar os projetos encaminhados pela ANP, relativos à
concessão de UCL aos operadores ou contratados e a autorização
de multiplicadores de conteúdo local aos fornecedores, e se
manifestar sobre o seu enquadramento nas diretrizes estabelecidas
pelo Comitê Diretivo;
VI - submeter ao Comitê Diretivo os projetos que atendam aos
requisitos para enquadramento, com parecer técnico;
VII - fiscalizar a implementação dos projetos enquadrados pelo
Comitê Diretivo e atestar a sua conclusão; e VIII - aprovar seu
regimento interno.
Parágrafo único. Para o exercício de suas atribuições, o
Comitê Técnico-Operativo poderá solicitar, a qualquer tempo,
informações ou documentos adicionais sobre o pleito das empresas
ou dos consórcios.
Art. 10. O Comitê Técnico-Operativo será composto por um
representante titular e um suplente, indicados pelos seguintes
órgãos e entidades:
I - Casa Civil da Presidência da República;
II - Ministério da Fazenda; III - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; IV - Ministério de Minas e Energia; V - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; VI - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP; VII - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES; e VIII - Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP.
Parágrafo único. A critério do Comitê Técnico-Operativo,
poderão ser convidados representantes de outros Ministérios,
organizações, empresas e entidades ligadas ao setor.
Art. 11. As proposições do Comitê Técnico-Operativo ocorrerão
por meio da emissão de pareceres técnicos.
Art. 12. A coordenação do Comitê Técnico-Operativo será
exercida de forma rotativa entre as instituições que o compõem,
pelo período de um ano.
Art. 13. A Secretaria-Executiva do Comitê Técnico-Operativo será
definida em seu regimento interno.
Art. 14. O regimento interno do Comitê Técnico-Operativo deverá
ser aprovado no prazo de até noventa dias, contado da data de
publicação deste Decreto.
Art. 15. Os projetos deverão ser apresentados à ANP, que
efetuará o encaminhamento ao Comitê Técnico-Operativo.
Art. 16. Fica vedada a duplicidade de indicação de
representantes para os Comitês de que trata este Decreto.
Art. 17. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 15 de janeiro de 2016; 195º da Independência e 128º
da República.
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